Tasca du Chef: O encontro entre a tradição e inovação

O restaurante combina o à-vontade de uma tasca com a cozinha de assinatura que traz reviravoltas a clássicos setubalenses – como o choco frito com molho de manga. A Tasca promete um menu diverso onde as gambas se desdobram em açorda e caril, referências da casa.

 

 

A luz baixa, as cadeiras em forma de barril e a música de fundo apresentam a Tasca du Chef. Podia estar no Bairro Alto, mas está no 60 da Rua Vasco da Gama, no Bairro de Troino. Nuno Viegas, natural da cidade, 47 anos de idade e 20 de chef, abriu o espaço em dezembro de 2016 com o desafio de inserir pratos de autor no menu setubalense.

“Não fujo muito ao tradicional português, embora sempre com algumas alterações, e depois tenho a minha fusão, como o bife com queijo de cabra, nozes e mel ou o choco frito à setubalense com molho de manga”, exemplifica o chef.

Aos 20 anos, Nuno foi para Lisboa trabalhar como ajudante de cozinha, à qual rapidamente se adaptou e passou a chefiar. Após uma passagem por Espanha, regressa à capital onde adquiriu experiência em nomes como o Lisboa à Noite, múltiplas vezes distinguido com o prémio 2 Garfos, e o Consenso “onde viveu Marquês de Pombal”, acrescenta.

Na Tasca du Chef, Nuno prepara iguarias próprias. A açorda de gambas é a joia da coroa e partilha o pódio com o caril de gambas. “A açorda fixou a casa desde o princípio. Foi inclusive eleita, há cerca de três anos, uma das melhores açordas de Setúbal. Tenho muitos clientes que nem pedem ementa e vão logo para açorda. Há pratos que não posso tirar do menu”, conta.

Foi por um triz que Setúbal agarrou Nuno. Enquanto era gerente e chef de cozinha num outro restaurante da cidade, recebeu uma proposta de trabalho para Nova Iorque. “Foi nessa altura que passo por aqui e vejo que o sítio está por passar e penso ‘porque não?’ e fiquei por cá e agora já lá vão cinco anos”, recorda Nuno.

A Tasca abriu com menus económicos e a decoração que trazia vestida. O conceito começou a mudar por força da adesão de clientes que conheciam o Nuno como chef de outros restaurantes. “Começou a exigir-se que fizesse os meus pratos. No fundo, era isso que eu queria abrir. Hoje não deixa de ser uma tasca, mas um conceito diferente de tasca”, afirma.

Aqui juntam-se clientes fixos de há meia década e turistas curiosos, sobretudo no Verão. Quando foram forçados a fazer uma pausa das visitas habituais, como todo o país foi, Nuno levou a Tasca aos clientes.

A aposta foi nos pratos fáceis de aquecer e que não perdessem qualidades durante o transporte. Um dos sucessos desta adaptação, motivada pela covid-19, foi o cozido à portuguesa. “Fizemos uma semana inteira de cozido e saiu bastante bem. Uma pessoa dificilmente faz um cozido em casa para um e é algo que muita gente gosta”, explica Nuno.

O regresso pós-confinamento trouxe uma energia reforçada e é junto do cliente que o chef gosta mais de estar. “Eu tenho uma paixão e um amor enorme pela comida e respeito-a. Eu confeciono e cuido do serviço de mesa tal como se fosse para mim. Eu vou tentar fazer sempre o melhor”, promete.

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